O líder dos empresários de São Miguel e Santa Maria considerou hoje que as empresas só irão até onde é “sustentável” em matéria salarial, no dia em que anunciou 14 contratos coletivos de trabalho fechados com cinco sindicatos.

Mário Fortuna, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), referiu, no caso especifico do setor do turismo, que “as pessoas falam com perceções não fundamentadas relativamente à forma como estão ou não as empresas”.

De acordo com o dirigente da CCIPD, que falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, é “extremamente penoso pedir que se valorize os salários, impor-se impostos e ainda quererem dar subsídios”, sendo esta uma “confusão tremenda”.

O também economista e professor universitário salvaguardou que “ninguém melhor que as empresas sabem até onde se pode ir”, indo o tecido empresarial “até onde é sustentável”.

“Evidentemente que não é sustentável irmos mais longe, se não tínhamos ido. Os empresários estão presentes para valorizar os trabalhadores e os recém-formados. Essa perceção de que as pessoas não são valorizadas é errada”, afirmou o líder dos empresários.

Para Mário Fortuna, ir mais além “é por em risco as próprias empresas” privadas, tendo salvaguardado que, “no setor público, vai se para além daquilo que é razoável e depois acontecem situações que são ruinosas, pagando depois a sociedade toda”.

Mário Fortuna referiu, por outro lado, que já está a acontecer alguns restaurantes, em Ponta Delgada, terem mão-de-obra estrangeira para satisfazer o crescimento do setor do turismo, tendo classificado este processo como “normal e bem vindo”.

O líder da CCIPD especificou que vão abrir, por exemplo, na ilha de São Miguel, nos próximos dois anos, mais espaços hoteleiros no total de cerca de mil camas, o que vai implicar “no mínimo dos mínimos 250 novos trabalhadores, provavelmente com hotelaria de qualidade, 500 ou mais”.

No âmbito das negociações com os cinco sindicatos, a CCIPD referiu que as tabelas salariais vigoram de 2020 a 2023, tendo sido celebrados 14 contratos coletivos de trabalho para aplicar nas ilhas de São Miguel e Santa Maria.

Nas negociações teve-se como base o aumento do salário mínimo para as respetivas atualizações dos vencimentos e sido seguido o acordo de parceria a nível nacional.

“Isso é um resultado muito positivo e importante porque se fez tudo isso em paz social, sem conflitos e greves”, disse Mário Fortuna.

O dirigente salvaguardou que muitas empresas fecharam os seus acordos de empresas para além do negociado pela CCIPD, sendo que “o objetivo de valorização salarial que tanto se pretende está a ser cumprido”.

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