A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu, este domingo, em Santa Cruz da Graciosa, que o Governo dos Açores “está a promover, com regularidade, previsibilidade e estabilidade, um modelo de transporte sustentável que visa minimizar os constrangimentos da insularidade e promover oportunidades de negócio”.

Berta Cabral, que falava na sessão de abertura das Jornadas Insulares de Engenharia, iniciativa da Seção Regional dos Açores da Ordem dos Engenheiros Técnicos, adiantou que, neste quadro, “a criação de um mercado interno é uma prioridade estratégica para potenciar a produção de bens e serviços”.

“Indissociável do modelo de transportes, o mercado interno regional pode trazer maior racionalidade sistémica ao abastecimento das nossas ilhas e criar sinergias internas, decisivas para a complementaridade empresarial”, frisou.

Segundo a governante, os transportes marítimos, além dos aéreos, “têm um papel determinante neste processo, uma vez que integram o cluster do mar pela coesão social e económica que conseguem garantir a cada uma das nove ilhas e a cada Açoriano que opte ou precise de recorrer a esta tipologia de mobilidade”.

Referindo-se ao transporte marítimo de mercadorias, que considerou como um “acelerador do mercado interno e dinamizador económico e empresarial”, Berta Cabral defendeu que o mesmo “é cada vez mais sinónimo de mais riqueza e de mais emprego”.

“Pela sensibilidade e necessidade da sua adequada atividade, há que, minuciosamente, estudar e desenhar um novo modelo de transporte de pessoas e de mercadorias que satisfaça, em pleno, os Açores e os açorianos”, sustentou.

Em breve estará concluído um estudo que, no seu entender, “vai permitir interpretar e avaliar as alternativas técnica e economicamente mais vantajosas para todas as ilhas, quer na melhoria das acessibilidades e frequências às ilhas de menor dimensão, quer no eficaz movimento de carga”.

A Secretária Regional adiantou que o grande objetivo é prestar um serviço público de qualidade introduzindo o conceito de “autoestrada do mar” como novo paradigma para o relançamento do transporte marítimo interilhas.

“Este será mais um passo na construção de um mercado interno ativo e dinâmico no nosso arquipélago”, disse.

Os transportes, acrescentou, são “um pilar de subsistência e de viabilização do desenvolvimento social e económico de cada uma das nove ilhas”, sendo que as ligações aéreas representam “uma potência de interesse estruturante – desde logo porque permitem mobilidade interna e externa”.

A “Tarifa de Residente”, em 2015, e atualmente a “Tarifa Açores” são dois exemplos que confirmam uma evidente necessidade e que já fez com que muitos açorianos não só viajassem mais para outros destinos, como também conhecessem a sua própria região, recordou.

A governante afirmou, ainda, que “a aposta na criação efetiva de um modelo de intermodalidade regional e territorial entre os transportes aéreo e marítimo, consubstanciada na inovação e no modelo de obrigações de serviço público não pode ser apenas uma opção”, até porque “as novas exigências em matéria de sustentabilidade e de transição energética poderão implicar alterações profundas no mercado, com impacto direto no custo e no funcionamento dos próprios equipamentos”.

“É perante toda esta realidade que é importante olhar, com pragmatismo e assertividade, para o que deve ser a política de transportes para os Açores e o que, direta ou indiretamente, a envolve. O Governo dos Açores está empenhado e disponível para superar constrangimentos e garantir que estamos no rumo certo de um modelo de transportes inovador e sustentável”, concretizou.

 

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