Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

À medida que certos recursos terrestres caminham para o seu esgotamento, muitas indústrias e a tecnologia colocam o seu foco na exploração do mar profundo. Parece existir ali um potencial de oportunidades que a todos entusiasma, entenda-se, cientistas e grandes indústrias, uns em busca de mais conhecimento, outros no crescimento e desenvolvimento de negócios, até porque, como sabemos, o lucro é o seu fim último.

Como sempre nestes domínios, os poderes legislativos tardam a acautelar corridas desenfreadas à exploração dessas áreas e consequente delapidação de recursos.

O mar dos Açores é muito apetecível. Há aqui uma potencialidade que desperta o apetite destas empresas e temos de prevenir a sustentabilidade dos nossos recursos.

Por manifesta sorte, ainda vamos a tempo. Sim, pelo menos quanto à mineração, o nosso mar foi salvo pelo acaso da falência de uma empresa, que há 15 anos foi autorizada pelo Governo de Carlos César para fazer essa exploração. Aliás, era incontido o entusiasmo do governante socialista pela mineração. “Temos que aproveitar o interesse que inúmeros países e empresas de todo o mundo têm pela prospeção e exploração dos nossos recursos minerais, energéticos e biológicos do oceano profundo”, dizia em 2012. Essa riqueza, acrescentava, poderá dar origem a “importantes operações de extração mineral”, potenciadas pelas profundidades moderadas da crista média atlântica e pelas facilidades logísticas dos portos dos Açores.

O dito acaso salvou-nos de tão fatal destino. Ainda vamos a tempo de defender o que é nosso, com sustentabilidade.