O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, destacou esta terça-feira, o “imprescindível contributo” que Eduíno de Jesus colocou na cultura e literatura açoriana e portuguesa.

“Homenagear Eduíno de Jesus e uma carreira decana que se confunde com a sua própria vida, é distinguir um eterno defensor dos Açores e da escrita açoriana que, em forma e conteúdos próprios, enriquece a língua mãe. O seu percurso de vida marcante deve ser reconhecido e divulgado e, por isso, estamos aqui hoje”, salientou o autarca.

Pedro Nascimento Cabral falava na cerimónia de homenagem, que teve lugar no Salão Nobre, nos Paços do Concelho, marcando os 95 anos de idade e 70 de carreira do escritor, poeta e ensaísta Eduíno de Jesus.

“É uma honra e obrigação do Município de Ponta Delgada valorizar e destacar os seus melhores trabalhos. Eduíno de Jesus é um pioneiro e um dos principais protagonistas de uma geração que é referência e que perpétua no tempo”, afirma o Presidente da autarquia.

Pedro Nascimento Cabral acrescentou ainda que “por causa dele, a escrita açoriana não é mais um caso isolado, mas sim um coletivo fundado na ambiência de uma História e Geografia, prosperando em pleno século XXI”.

Na ocasião, o autarca aproveitou também demonstrar o seu apreço e gratidão afirmando estar certo de que Eduíno de Jesus “faz parte da galeria dos grandes açorianos que acrescentam valor a Ponta Delgada e aos Açores, no país e no mundo”.

Durante a cerimónia, Eduíno de Jesus afirmou estar “grato”pela homenagem manifestando-se satisfeito com todas as decisões que tomou na vida, que lhe trouxeram até este momento.

Em 2009, a Câmara Municipal de Ponta Delgada atribuí-lhe a Medalha de Ouro Municipal pelos serviços prestados que, contribuíram para o engrandecimento do concelho. A Medalha de Ouro Municipal é a segunda mais alta distinções honorífica do município.

Eduíno de Jesus nasceu na freguesia dos Arrifes, a 18 de janeiro de 1928, numa altura em que o Regime Militar fechava as portas ao desenvolvimento dos seus territórios insulares e a ditadura era a única forma de comunicação.

Apesar das restrições impostas pelo Estado Novo, um dos principais objetivos de Eduíno de Jesus foi o de introduzir a poesia moderna nos Açores e romper com o apatia cultural e literária vividas nesta época.