O líder do PSD/Açores afirmou que as “raízes inspiradoras” de Mota Amaral, que hoje fez 80 anos, dão às novas gerações “melhores condições para dar continuidade ao projeto autonómico” da região.
“Os tempos são outros. A complexidade da sociedade e do mundo são muito maiores. Mas, com raízes tão inspiradores como esta, as novas gerações tem melhores condições para dar continuidade a este projeto revolucionário autonómico democrático”, afirmou José Manuel Bolieiro, em declarações à margem do almoço do 80.º aniversário do primeiro presidente do Governo dos Açores, Mota Amaral.
Bolieiro disse ser “um dia de alegria, união e amizade, de admiração e de seguimento pelo legado que Mota Amaral deixa na revolução democrática de Portugal, na aposta autonómica dos Açores, na valorização do desenvolvimento de todas as ilhas”.
“São um legado tão inspirador que importa seguir uma boa lição”, afirmou o também presidente do Governo Regional dos Açores.
Já no discurso, Bolieiro manifestou o “reconhecimento e gratidão” pelo papel essencial que Mota Amaral teve “na visão democrática de um país moderno” e no “processo autonómico dos Açores”.
“Como líder partidário, doutrinou para uma ideia de que um partido político serve para servir as pessoas. O PSD deve-lhe muito. Nunca o esquecerá”, disse.
Questionado pelos jornalistas sobre uma afirmação de Mota Amaral numa entrevista à Antena 1/Açores de que o PSD deve “manter a sua representatividade” no governo de coligação que mantêm nos Açores com o CDS-PP e o PPM, Bolieiro afirmou que não pretende abdicar dessa representatividade social-democrata.
“É a perfeita compreensão da complexidade dos tempos atuais e de uma evolução democrática cada vez mais plural. Ser sempre liderante neste processo – esta é uma referência indeclinável da qual nunca abdicaremos”, garantiu.
O PS foi o partido mais votado nas eleições regionais de 2020, elegendo 25 parlamentares, após governar a região durante 24 anos, 20 dos quais com maioria absoluta.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.
A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) e o PSD um acordo com a Iniciativa Liberal (IL), mas tanto o independente como a IL rasgaram o acordo no plenário de abril, admitindo negociar ponto a ponto as propostas do executivo.