O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, apelou hoje à Turquia e à Hungria para aprovarem “sem demoras” a adesão da Suécia à NATO

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, apelou hoje à Turquia e à Hungria para aprovarem “sem demoras” a adesão da Suécia à NATO, pouco depois da entrada oficial da Finlândia na Aliança Atlântica.

“Encorajamos a Turquia e a Hungria a ratificarem, sem demoras, os protocolos de adesão da Suécia para que possamos recebê-la na Aliança Atlântica o mais rapidamente possível”, afirmou Blinken, após a cerimónia do hastear da bandeira finlandesa na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.

A Turquia tem bloqueado a adesão da Suécia, a quem acusa de “passividade” perante os “terroristas” curdos que, sustenta Ancara, se refugiaram em solo sueco.

Nesse sentido, exige que esses elementos sejam extraditados para a Turquia, decisão que cabe à justiça sueca e não ao executivo de Estocolmo.

A Hungria, por sua vez, tem travado a adesão da Suécia por causa das críticas que o executivo sueco faz ao Governo de Viktor Órban, a quem acusa de não respeitar o Estado de Direito.

“A Suécia cumpriu todos os compromissos que lhe foram solicitados. Todos os aliados esperam que o processo de adesão da Suécia seja concluído o mais rapidamente possível. Esta é uma prioridade para a Aliança”, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, no início de um encontro de chefes da diplomacia da Aliança Atlântica.

Antes, e ao lado do homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, o secretário de Estado norte-americano esteve presente na cerimónia de entrega dos Instrumentos de Ratificação da Turquia dos Protocolos de Adesão da Finlândia à NATO, que oficializou a entrada de Helsínquia na Aliança Atlântica.

Na ocasião, os dois chefes da diplomacia apenas se congratularam com a formalização da Finlândia como 31.º Estado membro da NATO, mas sem se referirem ao bloqueio turco à adesão da Suécia.

Por outro lado, também ainda antes do início do encontro de dois dias dos chefes da diplomacia dos Estados membros da NATO, Blinken manteve uma reunião com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, em que defendeu o envio de armamento para a Ucrânia para que Kiev se possa defender da invasão russa.

Segundo uma nota divulgada pelo Departamento de Estado norte-americano, Blinken reafirmou a Kuleba o apoio dos Estados Unidos à cooperação da NATO com a Ucrânia e o compromisso de longo prazo para o desenvolvimento das capacidades de defesa e dissuasão do país.

Ambos também falaram sobre o apoio bilateral contínuo dos Estados Unidos às necessidades do campo de batalha da Ucrânia, com Blinken a enfatizar a importância do futuro da Ucrânia como um “país forte, independente e democrático”.

A Lituânia, que está a organizar a próxima cimeira da NATO em julho, em Vilnius, espera que a Suécia já esteja presente como membro da organização.

“Esperamos que a bandeira sueca seja hasteada na NATO na cimeira de Vilnius. Peço ao Presidente [da Turquia, Recep Tayyip] Erdogan que não estrague a cimeira de Vilnius “, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Gabrielius Landsbergis.

Também em Bruxelas, e na mesma cerimónia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, reiterou o apoio da Alemanha à adesão da Suécia à NATO, congratulando-se com a entrada da Finlândia na Aliança Atlântica.

“A Finlândia é, a partir de agora, membro da NATO. Esta é uma boa notícia e um ganho para a segurança transatlântica. (…) A adesão da Suécia, que ainda não ocorreu, tem todo o nosso apoio!”, escreveu Scholz na rede social Twitter.